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Foto do escritorFlávio Gama

001 Cruz de Caravaca

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Considerando isso, vamos ao conteúdo.


Conhece a Cruz de Caravaca?


Os registros contam que os rituais de ayahuasca conduzidos pelo mestre Irineu eram realizados ao redor de uma mesa quadrada, sobre a qual era posicionada a cruz de 2 braços, acompanhada de flores. Ao redor da mesa, o mestre Juramidan realizava suas pregações, valendo-se deste poderoso símbolo.

Também chamada de Cruz dos Patriarcas, Cruz de Caravaca, Vera Cruz, Santa Cruz e outros nomes. Na doutrina do santo daime, também é chamada de cruzeirinho.

Mas o que significa esse símbolo? Qual sua origem?

Os primeiros registros do uso de uma cruz com dois braços referem-se a São Pedro, São Paulo e demais apóstolos. Durante suas pregações, desenhavam esta cruz no chão. Caso fossem flagrados, poderiam apagar rapidamente o desenho.

O segundo braço da cruz, faz referência a placa colocada para identificar Jesus, onde se lia "INRI" (Jesus de Nazaré Rei dos Judeus).

O nome de Cruz de Caravaca está associada ao relato de um milagre ocorrido na cidade Caravaca, em 3 de maio de 1232.

Caravaca é localizada na região de Múrcia, na Espanha.

À época a região era governada pelo sultão Ceyt Abu-Ceyt. Com o objetivo de fazer melhor uso dos presos espanhóis, solicitou que listassem a profissão dos detentos.

Ficou curioso pelo trabalho do Pe. Ginés Pérez Chirinos. O sultão quis conhecer as práticas católicas e, para isso, solicitou ao padre que rezasse uma missa.

O Pe. Ginés fez uma lista dos itens necessários para executar o ritual.

Quando iria iniciar o ritual, na presença do sultão Ceyt Abu-ceyt, o padre percebeu que se esquecera da cruz. Nesse momento teria aparecido no altar a cruz de 2 braços, carregada por 2 anjos.

O sultão teria ficado tão impressionado que solicitou ser batizado e se converteu ao cristianismo.

Esse milagre ficou muito conhecido na idade média e a Cruz de Caravaca tornou-se um símbolo bastante conhecido.

Mais tarde, a cruz foi identificada como pertencente ao bispo de Jerusalém, nos primeiros séculos do cristianismo. A tradição registrava que essa cruz, coberta de ouro e cravejada de pedras preciosas, continha dois fragmentos da Cruz de Cristo e tem sua existência relacionada a milagres de cura.

Outro registro interessante relacionado à cruz foi relatado pelos primeiros jesuítas enviados à América Latina.

Estes religiosos tinham a missão de converter e catequisar os índios. Utilizavam a cruz de 2 braços como símbolo.

Contam seus registros que, quando contataram os índios, estes teriam reconhecido sua autoridade espiritual.

Esse reconhecimento estaria relacionado a um mito local, conforme o registro desses jesuítas.

O mito em questão seria o registro oral dos nativos referentes ao Pai Zumé, ou Pai Tumé, conforme a cultura ou região.

Este seria um homem que esteve na América, em tempos longínquos. Este teria ensinado valores aos índios, ao longo do mítico caminho do Peabiru. O caminho do Peabiru seria uma estrada que liga o Pacífico ao Atlântico, interligando culturas e povos.

O próprio Pai Tumé teria dito aos locais que seus ensinamentos seriam esquecidos. No entanto, deveriam lembrar-se do símbolo que carregava. Pois, no futuro, viriam outros homens a ensinar-lhe. E que seriam reconhecidos pelo símbolo que carregavam, a Cruz dos Patriarcas.

Os missionários que ouviram esses relatos relacionaram esse Pai Tumé ao apóstolo Tomé, que, segundo essa crença, teria vindo até a América Latina.

Séculos depois, mestre Irineu, ao fundar sua igreja, utilizou este poderoso símbolo como parte integrante e fundamental de suas práticas ritualísticas.

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